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Política de aquisições de títulos para bibliotecas digitais

Definindo a política de aquisições de títulos para repositórios e bibliotecas digitais

Por Ednei Procópio

Embora tenhamos um desafio nas aquisições dos títulos para uma determinada biblioteca, e mesmo frente a um mercado carente de entendimento, a logística do livro digital é mais simples do que o problema enfrentado com relação à distribuição e logística dos livros impressos.

O trabalho do bibliotecário, no caso dos livros impressos, é realizado de modo mais tranquilo, no sentido do entedimento das compras, digamos assim, porque, historicamente, os autores e editoras já conhecem a finalidade das aquisições.

A aquisição de um eBook por parte de um bibliotecário torna-se, porém, um desafio ainda maior na medida em que os detentores dos Direitos Autorais [editoras, distribuidores, autores, colaboradores, etc.] insistem em saber, por se sentirem inseguros, como, onde e de que forma os livros digitais adquiridos serão acessados pelos usuários do repositório ou da biblioteca.

A questão que surge com o advento dos repositórios digitais, é que não há um nível seguro de conhecimento de todos os envolvidos que permita uma rápida tomada de decisão na aquisição e disponibilidade do material. A falta de conhecimento torna o processo de aquisição e disponibilidade mais lento. E para que o trabalho cotidiano do bibliotecário não se altere drasticamente, o ideal é que o profissional tenha em mãos algumas prerrogativas, como os limites territoriais, de idioma e de temporalidade de sua biblioteca digital. Estes itens são importantes para influenciar o detentor dos Direitos Autorais e para que esse possa enfim licenciar as obras [e colaborar com o projeto].

Para obter uma quantidade maior de títulos, uma repositório ou biblioteca digital não precisa necessariamente estar diretamente atrelada a, por exemplo, uma plataforma de autopublicação. Ou seja, o projeto não precisa estar ligado a plataforma que permitam que escritores publiquem suas próprias obras. É muito importante ponderar, em nosso projeto, a fase de aquisição de conteúdo digital, e o seu modelo, e separarmos da seção de oferta de títulos para o leitor. Em uma ponta do projeto, nós iremos adquirir os títulos, neste momento, poderíamos até eventualmente manter parceria com projetos de autopublicação; mas, na outra ponta, teremos a disponibilização dos títulos. Uma ferramenta de autopublicação atrelada a nossa biblioteca só iria atrapalhar a nossa curadoria de conteúdo.

Na hora de adquirirmos os títulos para o nosso repositório ou biblioteca digital, temos de ter a clara noção do nosso modelo de oferta. Se a aquisição é perpétua, por meio de uma licença, por um longo ou curto período de tempo, o ideal é que esta aquisição esteja sempre vinculada à demanda e direcionada unicamente ao usuário. Lá na ponta, o usuário tem de estar bastante familiarizado com as possibilidades de acesso ofertadas [através, por exemplo, de assinatura, aluguel, pay per view, etc].

Nosso repositório ou biblioteca digital pode adquirir os títulos através dos próprios autores, de suas respectivas editoras, ou de distribuidores, o que for melhor em cada caso, dependendo da oferta e da demanda do acervo central. Em cada um dos casos, o ideal é que haja um contrato de cessão firmado e registrado que estipule as regras mínimas de compartilhamento do conteúdo adquirido.

Para eliminar custos na aquisição de conteúdo, o ideal é que o nosso acervo central seja o próprio ‘agregador’ de conteúdo, dessa forma estaremos mais aptos a negociação com os detentores dos Direitos Autorais.

A aquisição do conteúdo digital será quase sempre orientada ao usuário [usando a aplicação do conceito patron driven acquisition] e, independente da política de acesso dispensada ao leitor, o ideal é que esta aquisição do exemplar digital em si seja sempre perpétua. ou seja, nos casos em que o repositório oferecer uma assinatura paga para o usuário, deve haver uma informação explícita sobre a aquisição momentânea ou fixa do acesso às obras. Não há regras, a regra é informar ao usuário.

O ideal também é que toda essa gestão de aquisições e do controle de acesso dos usuários seja realmente desenhada pelo profissional bibliotecário. Que deve estudar minuciosamente o seu público leitor antes de definir prioritariamente a política de acesso [que será obviamente baseada no modelo de negócios], para, enfim, definir o modelo de aquisição e disponibilidade dos títulos.

A aquisição de conteúdo está intimamente ligada com um modelo de disponibilização. Ao mesmo tempo em que elaboramos de que modo podemos adquirir conteúdo para a nossa biblioteca digital, precisamos pensar também de que modo iremos compartilhar este conteúdo com o nosso usuário final [escola, professor, aluno, etc.].

Leia também os demais artigos anteriormente publicados sobre o tema:

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Ednei Procópio é Escritor e Editor especialista em livros digitais.

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