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Arquivo Nacional libera acervo sobre casos de OVNIs no Brasil

Em uma reviravolta inédita na ufologia nacional, o Arquivo Nacional do Brasil abriu cerca de 900 registros inéditos de avistamentos aéreos não identificados, coletados pela Aeronáutica (FAB) entre 1952 e 2024. O acervo digital reúne relatos e provas — imagens fotográficas, áudios de pilotos, formulários oficiais e até vídeos de eventos inexplicados — disponíveis para consulta pública.

Para entusiastas e curiosos, é como receber pistas frescas de um enigma antigo: o primeiro registro oficial de um disco voador no país data de maio de 1952, na Barra da Tijuca (RJ), fotografado em série de nove imagens. Nas décadas seguintes há documentos de montante crescente: desde o mistério do “Clarão do Morenão” em 1982 – um clarão visto por 25 mil torcedores num estádio de futebol – até o famoso Caso da Colares e sua “Operação Prato” (Pará, 1977–78), quando moradores relataram luzes estranhas “sugando sangue” de vítimas.

Acervo sobre OVNIs é um dos mais visitados no Arquivo Nacional
Acervo sobre OVNIs é um dos mais visitados no Arquivo Nacional

Contexto histórico: de Barra a Colares

A ufologia brasileira soma casos notáveis. Em 1952, o jornalista João Martins e o fotógrafo Ed Keffel registraram na Barra da Tijuca um objeto discoide no céu (acompanhado de nove fotos, primeiro contato registrado oficialmente). A FAB montou esquema secreto para investigar: técnicos confeccionaram uma réplica exata em madeira do saucer e a lançaram ao ar para simular o avistamento – ainda assim as sombras e o brilho não batiam, confirmando que o fenômeno fotografado era autêntico. Segundo relatórios resgatados, o material original chegou até a ser comprado pelos EUA, tamanha era a curiosidade militar internacional.

Anos depois, o governo iniciou a Operação Prato (1977–78) para estudar as estranhas luzes sobre Colares (PA) – fenômenos que causavam queimaduras e paralisia nas vítimas. O serviço secreto SNI, com apoio da FAB, monitorou o céu amazônico e coletou fotos e relatos. No fim, a FAB declarou não ter encontrado anomalias além do esperado, mas a variedade de documentos (fotos, relatórios, até filmagens de luzes cilíndricas) está hoje no Arquivo Nacional.

Um suposto disco voador que causou euforia no Brasil em 1952. Créditos: Ed Keffel/O Cruzeiro/Arquivo Nacional
Um suposto disco voador que causou euforia no Brasil em 1952. Créditos: Ed Keffel/O Cruzeiro/Arquivo Nacional

O acervo liberado: fotos, áudios, formulários e vídeos

Segundo a FAB, todos os documentos dos casos de 1952 a 2023 foram transferidos ao Arquivo Nacional e são agora de domínio público. Inclui não apenas fotos (como as de Barra e de Colares), mas também gravações de rádio. Áudios emocionantes já vieram à tona: nas chamadas célebres “Noite dos OVNIs” (1986), controladores e pilotos relatam luzes que piscavam em alta velocidade — em um dos áudios um piloto exclama “tô arrepiado” ao ver as esferas luminosas.

Os formulários oficiais preenchidos por pilotos e controladores são parte do pacote: em agosto de 2024, o Arquivo Nacional liberou 30 relatórios de voo de 2023, enviados ao Comando Aéreo pela aviação civil, cada um narrando o encontro com luzes estranhas no trajeto. Em muitos casos há vídeos de segurança aérea ou notícias de jornal anexadas ao arquivo do caso (embora os vídeos reais sejam raros). A FAB destaca que nem todo material sugere ETs: fenômenos não identificados englobam tudo de satélites a meteoros e drones.


Jornal ValeParaibano, de São José dos Campos, relatando o aparecimento de Ovnis na cidade sendo reconhecido pela NASA. Crédito: ValeParaibano
Jornal ValeParaibano, de São José dos Campos, relatando o aparecimento de Ovnis na cidade sendo reconhecido pela NASA. Crédito: ValeParaibano

Curiosidades e controvérsias

O acervo guarda episódios pitorescos. Além da réplica de madeira de 1952, há * desenhos feitos à mão*, mapas de trajetória e até fotografias de supostos destroços. Uma polêmica famosa é a explicação militar para o disco da Barra: estrangeiros (como a USAF) chegaram a duvidar da veracidade, alegando incoerências de sombra. Há também casos contestados, como o “Fogo de Chão” de 1982 no Morenão (cujos vídeos de arquibancada são icônicos) ou supostos UFOs na Ilha da Trindade em 1958. O importante é que o Arquivo recolheu relatos de todos os tipos de testemunhas: civis, militares e pilotos comerciais.

Nos casos recentes, companhias como Latam e Azul certificam que seus tripulantes são orientados a reportar todo evento incomum ao controle de tráfego. Assim, as versões dos profissionais de voo ganham peso extra no acervo — muitos depoimentos vêm em formulário oficial do Cindacta (centro de defesa aérea).

Conheça o fundo sobre OVNIs do Arquivo Nacional
Conheça o fundo sobre OVNIs do Arquivo Nacional

Importância dos relatos civis e de pilotos

Pilotos civis têm prioridade especial: um acordo da FAB determina que qualquer encontro deve ser registrado em livro de bordo e encaminhado ao Arquivo Nacional. Com isso, hoje há relatos de aviadores de todas as eras documentando encontros próximos. Cidadãos comuns também colaboraram: já existem casos cadastrados no SIAN narrados por pescadores e moradores rurais, como o “iluminador” do Morenão ou agricultores que viram luzes noturnas inexplicadas. Esses relatos enriquecem o acervo – afinal, nem só o barulho do caça militar detecta ufos; inúmeras luzes são notadas por quem menos espera, dos céus urbanos às rodovias. E, como bem diz o próprio Arquivo, “OVNIs não significam alienígenas inevitavelmente: são objetos ou luzes sem explicação imediata, sejam eles satélites, balões ou fenômenos naturais“.

SIAN | Sistema de Informações do Arquivo Nacional
SIAN | Sistema de Informações do Arquivo Nacional

Como acessar o acervo no SIAN

Para explorar os documentos originais, siga estes passos no site do SIAN (Sistema de Informação do Arquivo Nacional):

  1. Acesse o site do SIAN | sian.an.gov.br.
  2. Faça login | se já tem cadastro, clique em Acessar, informe CPF e senha, marque ‘Não sou um robô’ e entre.
  3. Crie uma conta | quem não tem cadastro, clique em ‘Não tenho cadastro’ e siga as instruções (ou use sua conta Gov.br para facilitar).
  4. Favoritos – OVNI | após logar, vá na aba Favoritos e escolha a categoria ‘Objeto Voador Não Identificado’. Lá estão listados todos os casos.
  5. Navegue pelos casos | cada entrada traz os documentos digitalizados – fotografias, áudios, relatórios e outros. Basta clicar no caso desejado para baixar os arquivos.

Pronto! Com esses passos você terá acesso livre aos arquivos, revelando materiais originais como fotos históricas, transcrições de rádios e demais evidências das investigações sobre UFOs no Brasil.

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