O Brasil dá um passo significativo em direção ao futuro tecnológico com a publicação da versão final do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). Coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e com o apoio técnico do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), este plano ambicioso visa posicionar o país na vanguarda do desenvolvimento e da aplicação responsável da inteligência artificial.
Com um investimento previsto de até R$ 23 bilhões ao longo de quatro anos, o PBIA não é apenas um documento estratégico, mas um roteiro para a transformação digital do Brasil, com foco no desenvolvimento ético, seguro e sustentável da IA para o bem de todos os cidadãos.
Um Compromisso com a Soberania Tecnológica
A iniciativa do PBIA reflete a urgência global em dominar as tecnologias de inteligência artificial. O Brasil, como nação soberana, reconhece a importância de não ser apenas um consumidor passivo de soluções desenvolvidas em outros países. Pelo contrário, o plano enfatiza a necessidade de desenvolver soluções de IA “aqui, por brasileiros e para brasileiros, considerando nossas particularidades sociais, culturais e econômicas“, conforme destacado pela Ministra Luciana Santos.
Este compromisso com a soberania tecnológica se traduz em metas concretas, como a aquisição de um dos cinco supercomputadores mais potentes do mundo. Essa infraestrutura de ponta ampliará significativamente a capacidade nacional de processamento de dados e impulsionará pesquisas avançadas em IA, solidificando a posição do Brasil como líder na América Latina em produção científica sobre o tema.
Eixos Estratégicos e Investimentos
O PBIA é estruturado em eixos estratégicos que abrangem diversas áreas cruciais para o desenvolvimento da IA no país. Os investimentos de R$ 23 bilhões, provenientes de diversas fontes como crédito, recursos públicos e contrapartida de investimento privado, serão direcionados para fortalecer a infraestrutura tecnológica, capacitar profissionais e fomentar a pesquisa e inovação em IA.
Entre os principais eixos, destacam-se:
• Infraestrutura e desenvolvimento de IA | Foco na criação de uma “nuvem soberana” para armazenamento seguro de dados estratégicos e no aprimoramento da capacidade computacional.
• Difusão, formação e capacitação em IA | Estímulo à pesquisa, formação de talentos e capacitação profissional para preparar a força de trabalho para os desafios e oportunidades da era da IA.
• IA para melhoria do serviço público | Aplicação da IA para aprimorar serviços essenciais e fortalecer políticas públicas baseadas em evidências, visando maior eficiência e transparência.
• IA para inovação empresarial | Incentivo à aplicação da IA no setor produtivo para impulsionar a inovação, a competitividade e o desenvolvimento econômico.
• Apoio ao processo regulatório e de governança da IA | Promoção de ambientes regulatórios que assegurem segurança, transparência e proteção de dados, garantindo um desenvolvimento ético e responsável da IA. [2]
IA para o Bem de Todos: Inclusão e Desenvolvimento Social
Mais do que um plano tecnológico, o PBIA tem um forte componente social. O objetivo central é garantir que a inteligência artificial melhore a vida do povo brasileiro, promovendo inclusão social e oferecendo soluções tangíveis em áreas prioritárias como saúde e educação. O plano reconhece os potenciais impactos da IA no mercado de trabalho e, por isso, coloca ênfase especial na capacitação profissional e na geração de novas oportunidades de emprego.
Governança e Monitoramento
O PBIA é um instrumento dinâmico, resultado de um amplo processo de construção coletiva com a participação do governo, academia e setor produtivo. A governança e o monitoramento contínuo do plano são essenciais para garantir sua adaptação às demandas e características brasileiras, assegurando que o Brasil atue como protagonista ativo na definição dos rumos da inteligência artificial global.
O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial representa um marco para o desenvolvimento tecnológico e social do Brasil. Ao investir em infraestrutura, capacitação e pesquisa, e ao priorizar o desenvolvimento ético e inclusivo da IA, o país se posiciona para colher os benefícios dessa tecnologia transformadora, construindo um futuro mais justo, próspero e tecnologicamente soberano.
