Mensagem do Irmão Edgard Armond, do Complexo de Hospitais de Passagem da Irmandade da Luz (situado no plano astral da cidade de Santos); registrada em 28 de Março de 2020.
Todos nós, os espíritos humanos, mas criaturas hoje terrenas por Deus criado — e sem o qual não existiríamos —, vivemos as nossas histórias. E as nossas histórias são tão individuais, visto que nossos espíritos são tão únicos; tanto quanto são elas, as histórias, coletivas, porque vivemos em sociedade.
Levas de espíritos caídos, vindos de mundos em ascensão, trouxeram a este planeta culturas espirituais tão distintas quanto, a uns e aos outros, seus olhares exóticos. E aqui, neste planeta, nós nos misturamos, nós nos conhecemos, nos estranhamos, e trocamos as nossas visões que trouxemos daqueles outros mundos afora de onde viemos. Visões ora conflitantes, visto que fomos seres pequeninos, e ora benéficas porque cremos no amor fraterno e universal.
Desde aqueles povos específicos vindo de um orbe da estrela dupla Capella — não em suas porções físicas, mas em cápsulas perispirituais tão magnificentemente construídas com que havia de mais tecnológico na civilização capelina —, passando pelos povos orientais, os japoneses, os chineses, os africanos, os hindus, os hebreus, os antigos egípcios, os maias, os astecas, todas as tribos, os povos europeus e brancos, e toda uma sorte de povos vindos em grupos de toda a parte dos mundos espirituais habitados.
Fomos muitos os que viemos e tantos outros que já se foram.
Aqui, neste planeta, nós reconstruímos uma morada nova. Migramos por meio de diásporas e êxodos as caminhadas longas, atravessando mares e desertos para repovoar todos os quatro cantos da Terra. E aqui fizemos nossas moradias e aqui estranhamos os nossos irmãos espirituais que vinham de outros mundos, de outros orbes, porque eles escreviam os seus livros sagrados que não podíamos ainda compreender. E nós os reconhecemos como irmãos, mas também com eles fizemos guerras.
E muitos povos, vindos da imensidão das moradas do Pai, de onde já não suportavam mais a indelicadeza de suas atitudes, para cá vieram; não para abraçar a irmandade coletiva, mas para reaprender a não subjugar, nem a escravizar ou explorar os povos.
E assim, este nosso mundo seguiu, mas também reagiu a sua trajetória terrestre. Aquela trajetória que vinha sendo contado desde o Oriente, expandindo os mundos por meio das caravanas, das trocas das mercadorias, o intercâmbio social, cultural e inter-racial; a criação de moedas; o atravessar dos mares e montanhas, em cavalos ou em camelos; mais tarde em embarcações ou em pássaros de ferro; até atingirmos outras partes da Terra; e viemos povoar a Europa e as Américas depois de dividir as terras do Oriente Médio. E foram idas e vindas tantas que não couberam mais nos livros de História, porque tantas memórias de cada uma daquelas almas também neles não caberiam.
E dividimos os espaços, e brigamos por eles. E de novo fizemos as guerras porque nós não entendíamos porque fomos obrigados a estar aqui com outros povos de outros mundos. Nós não nos entendíamos também; era como se a Torre de Babel não fosse apenas um conto para entreter os antigos babilônicos, que não compreendiam suas guerras desde a antiga Suméria; mas uma metáfora para a reunião de muitos povos e de muitas línguas estranhas. E chegamos à era da comunicação, passamos pela era dos satélites, e chegamos à era das telas.
E, assim, as histórias deste nosso mundo vêm sendo não só contadas, mas vividas. Vividas por espíritos únicos, criados por Deus, porque sem Ele nada existiria; e vistos obrigados a compartilhar com os outros povos o seu conhecimento e ter de abrir mão de suas premissas mais enraizadas.
E toda vez que uma história coletiva era contada, desde as antiguidades e suas idades médias e as grandes guerras e revoluções civilizatórias, não entendíamos que, na verdade, estávamos aqui, num mesmo planeta, em um mesmo orbe, não para dividir, mas para aprendermos, uns com os outros, aquilo que não aprendemos em nossos mundos de origem: a somar.
Fizemos morada aqui, neste planeta escola. Neste mundo que muitas vezes viu pestes assolarem a humanidade; e as guerras sucumbirem com a mais verdadeira fé dos homens. Aqui caímos, sofremos, mas também aprendemos.
Hoje, muitos dos irmãos espirituais encarnados assistem embasbacados, sem compreenderem como é que Deus, em sua glorificante misericórdia, poderia permitir que tivéssemos um sofrimento tão grande, em escala mundial. Uma atrocidade tão violenta, irmãos, capaz de tirar de nós aquilo que nos é mais sagrado, não a vida porque ela, elegantemente, permanece depois da morte, nem o dinheiro ou a saúde, mas a nossa fé em Deus.
Mas por quê?
Por quê?
Nós, os espíritos missionários, já estamos em um estágio bastante avançado de um trabalho também de escala global, cada um em sua parte, e precisávamos avançar com um outro trabalho, que está agora em curso: o de retirar dos cantos e das ruas milhares de espíritos perdidos que se mantinham presos aos grilhões de suas vidas regressas; sofrendo eles uma infinidade de suas próprias histórias sem que os seus sofrimentos nunca acabasse ou que pareciam nunca ter fim.
Recentemente — como a maioria das pessoas das sociedades modernas se isolara em seus lares, por conta desta pandemia, que muitos não suportam pensar no significado de sua existência —, nós retiramos das sombras, dos cantos e das ruas, as almas sofredoras que não poderiam ser dali resgatadas não fosse o afastamento das pessoas daqueles lugares. Quando todos resolveram ficar em casa, a fim de não alastrar o vírus preocupante, nós, os espíritos missionários, fomos salvar os irmãos sofredores que há muito haviam sido esquecidos.
Portanto, não pensem que as coisas se dão por acaso; não há nada que aconteça neste mundo que não tenha a capacidade milagrosa de Deus de a tudo transformar. Só mesmo um tolo não repararia a mão de Deus repousando sobre este mundo e o transformando. Não pela dor, não. Não pela praga como muitos creem, mas pela própria misericórdia divina. Quando as pessoas voltarem finalmente aos seus trabalhos, creiamos, o mundo será novo.
Recebemos muitos pedidos de almas piedosas, de fé em oração, que a Espiritualidade Maior viesse a público transmitir uma observação que fizesse algum sentido àqueles que estudam as histórias do mundo por meio da ótica Espírita. Então, aqui estamos para aqueles que têm ouvidos de ouvir. O próximo passo, a próxima etapa, é que os espíritos emancipados terão finalmente a oportunidade de reencarnar e de fazer o retorno às suas terras de origem.
Quando bater em ti a saudade de uma terra, de um lugar que você não sabe qual é, saiba que o seu espírito está sendo despertado para retornar para casa. Os índios terão as suas terras de volta; as almas que vieram da Europa para as Américas não se sentiram mais deslocadas de suas vidas e quando para lá retornarem se sentirão de novo em seus lugares. E aos africanos lhe serão devolvidas as suas dignidades. E todos terão a oportunidade de retornar as suas histórias como se elas estivessem sendo contadas de trás pra frente.
E quando todos os espíritos se sentirem em casa, porque um dia migraram das terras da Índia como eu, ou fizeram a migração forçada ou dentro de suas livres escolhas como fizeram os árabes; então teremos o ano zero de um planeta de regeneração. Será o ano zero da tão aguardada história que o Espírito da Verdade nos revelou.
Estamos no fim de uma era. Desde os tempos antigos, encarnamos e reencarnamos, erramos e aprendemos. Agora, retornaremos às linhas do tempo dentro de nossas próprias histórias; aquela história íntima e pessoal que perdemos quando muitos de nós nos afastamos de nós mesmos; e seremos mais felizes porque encontraremos dentro de nossa alma a paz que tanto buscávamos.
Queridos irmãos, o planeta Terra se encontra na fase final de sua história coletiva de provas e expiações. Até chegarmos ao tão sonhado planeta de regeneração ainda falta uma fase: o retorno das almas às suas terras natais, onde repousará, sobre cada um de nós, aquela paz que só sentimos quando estamos em casa. Eu mesmo encontro-me pensando em como seria voltar ao meu amado Rio Ganges. O retorno é uma viagem de volta à essência de cada uma de nossas almas. Somos muitos e fizemos parte de muitas famílias, mas somos únicos perante Deus.
Temos em frente um novo período. Aquele prescrito por Chico foi vencido e é uma vitória de todos nós que acreditamos na emancipação, na regeneração, no resgate, na salvação de cada um de nossos irmãos em Cristo.
Não tenham medo. Não se sintam melindrados. Tenham coragem porque os tempos são novos. Não se escandalizem perante os nossos irmãos retardatários que ainda fazem o julgo do maléfico para atrapalhar o nosso trabalho e a confundir o povo, como os falsos profetas. A próxima fase já foi toda programada por Jesus e ela seguirá em frente.
Tenham fé, irmãos! Esta fase de volta às nossas origens não se dará de um dia para a noite, sabemos, mas tenhamos a certeza de que quando ela findar, depois de tantas outras histórias que ainda serão contadas e que ainda viveremos como espíritos exilados neste mundo; o planeta Terra será o céu dos crentes, o paraíso das testemunhas de Iavé, como a shangrilá dos utópicos, a orbe capelina dos exilados, será a terra prometida dos hebreus, será a orun dos iorubás; será enfim uma Terra de Regeneração para os que aqui construirão seu novo mundo.
Muitos, aqui, construirão suas novas histórias. Muitos poderão voltar aos seus mundos e serão de novo felizes. Outros ainda serão levados desta terra para reaprenderem, em outras, o que não aprenderam aqui sobre amor incondicional de Deus.
Portanto, voltem os seus pensamentos a Deus e Nele permaneçam. Peçam a Ele a proteção de todos os que estão à mercê do que, para muitos, é apenas um vírus. Eu poderia dizer mais, e tanto, se a nós não fosse facultada aquela responsabilidade das coisas que devem permanecer ocultas. Ficamos assim por aqui.
Então, o que estão esperando?
Orem a Deus, irmãos!
Orem a Deus!
Mensagem do Irmão Edgard Armond,
do Complexo de Hospitais de Passagem da Irmandade da Luz
(situado no plano astral da cidade de Santos);
registrada em 28 de Março de 2020.
Publicado originalmente no Blog da Dufaux em 16 de Junho de 2020