fbpx
HomeArtigosEspiritismoContra sentimento não há argumento

Contra sentimento não há argumento

Gente, há alguns dias estava me sentindo muito perdido. Assim, perdido pra caralho, sabe? Perdido demais!

Tenho feito minhas orações sempre de madrugada. E, em uma de minhas orações, pedi à Deus que me enviasse um conselho. Me lembro que eu dizia: “Deus, me sinto perdido, não sei o que eu faço. Por favor, me envia um conselho. Tipo, me manda um sinal de fumaça“.

E foi assim que, de forma incrível, e até sobrenatural, eu recebi a resposta de Deus.

Eu tenho um amigo, ele trabalha comigo na editora, o César Oliveira, ele é designer gráfico, excelente diagramador, um baita capista; já trabalhei com muitos no mercado editorial mas o cara é mesmo fera! E aí, de forma espontânea, ele não sabia que eu havia pedido um conselho à Deus, ele me enviou um texto via WhatsApp que eu gostaria de compartilhar com vocês.

É que, para mim, a mensagem é um conselho que Deus me enviou por meio do César. Abre aspas:

Há muitos anos eu ouvi uma frase de um pastor. Confesso que eu não me lembro exatamente das palavras que ele disse. Apenas sei que a partir delas considerei bastante e disse: “contra sentimento não há argumento”.

Passei a falar sobre isso. Fosse em conversas pessoais ou em pregações sob o signo da compreensão do próximo em amor.

Se você ama, buscará entender o que o outro diz. Por vezes, sem ter que falar tanta coisa, buscando a cura da emoção ferida.

Ou seja, se a outra pessoa “sente” não importa quem tenha razão. Faça o que puder para que os sentimentos do outro sejam restabelecidos.

Pelo menos, foi isso que ecoou da minha recorrente fala.

Eu concordo que, se possível for, devemos colaborar para o fortalecimento do nosso próximo em suas questões emocionais e que, quando uma desavença acontecer, devamos, se necessário for, abrir mão das nossas convicções, por hora, para que o ajuste aconteça. Seja no íntimo ou numa relação familiar, amizade, casamento, etc…

Eu definitivamente concordo com isso!

Mas, a minha fala e reflexão profunda de anos atrás não se limitava a isso.

Abrangia para além do que ecoou por anos, a impossibilidade de argumentar com quem sente.

Vou explicar. A natureza das argumentações é diferente da natureza das sensações.

Se aquele que sente, sente para além da razão, não há argumentação que converse com o centro dos seus movimentos. Pois, este sente para além da razão.

Ou seja, não adianta debater e explicar para quem só sente e pronto!

“Isso é o que eu sinto e não importa o que você me diga!”

Recentemente, isso foi usado contra mim: “não era você que sempre dizia que contra sentimentos não há argumentos?

Pois é. Eu dizia e ainda digo. Mas isso não quer dizer que quem sente esteja certo. Pode ser que quem esteja “sentindo” esteja coberto de razão! Pode ser que o que se entregou às suas sensações esteja sendo redondamente enganado por elas.

Há quem se sinta abandonado, quando na realidade é alvo de afeto e cuidado.

Há quem se sinta desrespeitado, quando é honrado e considerado em todas as situações.

Há quem se sente abusado apenas pelo fato de ser responsabilizado.

Também há os que se sentem amados, quando estão sendo usados.

Há os que se sentem honrados, quando são paparicados por outros interesses.

Há os que se sentem queridos, quando todos lhe falam mal pelas costas.

Já tentou explicar para alguém apaixonado que está num relacionamento abusivo?

É uma luta contra toda produtividade. Não dá!

Se todo sentimento validasse e subjugasse qualquer argumento, então, muitos adultérios não deveriam ser condenados. Muitas mentiras deveriam ser elogiadas. Brigas e pancadarias seriam justificadas.

Entende?

Salomão escreveu que se você tentar corrigir um homem tolo o tornaria seu inimigo.

O paralelo é: se você tentar argumentar contra quem não quer ouvir, você é um tolo.

Quem se apega às sensações não está nem aí para provas, nem para fatos, nem para documentos, nem para nada que não seja a satisfação do próprio ego.

Quem quer sentir e ser respeitado apenas por isso é egoísta, narcisista, e tantos outros “istas”.

Nossos sentimentos importam. Mas, sem o olhar dos fatos, nós nos faremos enganar pelo nosso próprio sentir.

Certa vez eu li: nunca tome decisões quando estiver triste, nunca prometa nada quando estiver feliz.

A razão correta está no saber sentir e saber ouvir.

E quando a razão “tiver razão”, fazer calar o sentir.

Se você está se sentindo decepcionado, cansado, frustrado, desrespeitado, mal amado, abandonado… pare… busque um conselho de quem não esteja emocionado com a sua situação.

Talvez, você só esteja viciado no seu sentir.

“Enganoso é o coração do homem” mas eu tenho certeza de que não somos idiotas. Sabemos quando estamos sendo guiados pelas nossas sensações.

Só não queremos admitir isso.

Bem… só tentando contextualizar melhor uma antiga fala minha.

Só espero que não seja tarde.”

Artigo anterior
Próximo artigo

últimos artigos

explore mais

Gostaria de deixar um comentário?

Please enter your comment!
Please enter your name here