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A Liberdade dos Pensamentos

Resenha do livro “Saia do Controle”, de Rossano Sobrinho

Por Ednei Procópio

Publicado originalmente no Blog da Editora Dufaux

Eu não conhecia, ainda, a obra de Rossano Sobrinho até que tive a oportunidade de conhecer ela num momento bem específico. Creio que, muitas vezes, alguns ensinamentos veem até nós quando nós estamos realmente aptos a percebê-los e a absorvê-los.

Rossano Sobrinho é, assim como eu, escritor, mas, diferente de mim, um educador. Antes de compor as linhas de seu livro “Saia do Controle”, obra que buscarei resenhar aqui nesse texto, Rossano já havia escrito obras importantes como “Mente Limpa” e “Liberte-se da sua Mente” que, em breve, devem ganhar novas edições; além de ter publicado obras como “O Poder de Cura da Energia Sexual”, “Fé e Razão, descobrindo o sentido da vida”, “Renovando Corações”, entre tantas outras dezenas de que compõem a sua bibliografia.

Rossano não é, portanto, um iniciante nos temas que concernem a mente e a vida humana. Suas obras tratam de assuntos como educação, autoconhecimento, relacionamentos, sexualidade, reforma íntima e saúde mental. Ele é psicanalista formado pela Associação Nacional de Psicanálise (ANPC), é graduado em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Carangola (atual FAVALE) e pós-graduado em psicopedagogia pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), com formação transpessoal pelo Instituto Brasileiro de Plenitude Humana (IBPH).

Além de colunista da TV Mundo Maior, onde apresenta o quadro Liberte-se da sua Mente, e idealizador do Projeto Dimensões do Espírito, Rossano é diretor de um Instituto Terapêutico e Educacional, em Espera Feliz (MG), onde atende como terapeuta e psicopedagogo. E está vinculado à Sociedade Espírita Paz, Amor e Caridade de Espera Feliz, onde coordena o Grupo de Estudo do Evangelho e o Grupo Fraterno de Espiritualidade (GFE-Chico Xavier).

Importante afirmar também que, enquanto terapeuta, Rossano Sobrinho teve a oportunidade de observar dentro das clínicas a parte prática de suas visões teóricas. E eu poderia aqui continuar trançando uma linha extensa de sua formação e experiência como terapeuta, para afirmar que ele tem gabarito para escrever a obra “Saia do Controle”. Mas agora gostaria de falar mais da obra porque “é pelo fruto que conhecemos a árvore”.

“Saia do Controle” é o vigésimo primeiro livro do escritor. Tive o prazer de ler e reler a obra em um período bem peculiar de minha vida. Assim como milhares de pessoas em todo o orbe terrestre, eu estava em isolamento por causa da pandemia que assolava nossas vidas e que me obrigava a observar tudo àquilo que havia de bom, mas também de ruim, dentro e fora de mim. Naquele momento, eu dizia para a minha terapeuta que eu gostaria de me preparar para o mundo pós-pandemia, e o livro de Rossano me caiu, como se diz, como uma luva.

“Saia do Controle” me levou por um interessante diálogo entre a mente e consciência. Nessa obra, o autor afirma que a mente é a instância limitada da personalidade individual de cada um de nós; enquanto que a consciência é o eu profundo, ou o que ele chama de Ser Essencial. Pode parecer um pouco complexo talvez no início, mas a obra na verdade nos ajuda a desvendar o complexo universo interior da criatura humana por meio do autoconhecimento.

O livro “Saia do Controle” se concentra em temas como mente e consciência; saúde física saúde espiritual; relacionamentos amorosos e familiares; religião e espiritualidade; e ainda finaliza com técnicas importantes para melhorar nossa concentração e autocontrole.

Em “Saia do Controle”, Rossano conduz o leitor à essência de si mesmo. A leitura dessa obra é uma oportunidade única de acesso à paz interior e à alegria de viver que, para o autor, seriam as manifestações naturais do Ser Essencial. Seu texto é carregado de referências literárias e filosóficas inspiradoras. Citações do Evangelho de Cristo preenche as páginas não com palavras ou frase soltas e sem conexão com a realidade de nosso dia-dia, mas repletas de verdades incontestáveis como essa:

— Somente é livre aquele que está no comando de seus próprios pensamentos, aquele que se liberta da própria mente.

O que mais impressiona no texto de Rossano é a ligação das coisas teóricas, como as citações de pesquisas e estudos comprobatórios, com as coisas práticas. O autor nos alerta que “todo indivíduo tem uma voz que não para de falar dentro da própria cabeça”. E eu tenho essa voz. Quem não tem? E que devemos “começar a observar essa voz.” Devemos começar a observar as histórias que essa voz repete sem cessar dentro de nós. “Mas é importante apenas observar, inicialmente, não julgar, não debater, não questionar.

Esses dias, aconteceu exatamente isso comigo, eu estava pensando muito em um assunto e senti que ele estava tirando minha concentração das coisas. Mas aí me lembrei das dicas do livro do Rossano. A ideia é a de que sejamos, no início, apenas um observador. E mentes inquietas como a minha achariam impossível essa prática. Mas, no desenrolar da leitura, Rossano nos encoraja a perceber que nós não somos aquela voz que fala sem cessar em nossas mentes. Ele afirma que:

você é o eu observador. E quando essa voz silenciar, seu eu profundo se manifestará. Uma nova voz será ouvida, mas já não será a presença dos pensamentos repetitivos, condicionados; será a divina presença, a voz da consciência profunda”.

Confesso que, durante a leitura, eu me questionava: como ouvir e sentir a voz da consciência profunda que Rossano afirma existir? Se nós estamos, diariamente, segundo até ele próprio constata, sendo bombardeado por estímulos tantos e por interferências externas gritantes das mídias sociais e das atribulações da vida diária?

Felizmente, a obra de Rossano, que de forma tão formidável cita até Hermes Trismegisto, não é hermética. Há segredos acessíveis para qualquer um de nós. E o segredo para observar os pensamentos da mente está em uma técnica de meditação que o autor nos ensina a praticar sem precisar de nenhuma ferramenta externa.

Gostei tanto da ideia, ela faz tanto sentido que ganhei de presente da espiritualidade, na mesma semana que estava finalizando a leitura do livro, uma japamala, um objeto sagrado que ajuda os que têm dificuldade em meditar.

Segundo o diálogo da mente e a consciência, “a mente é um rio que passa. Meditar é sentar na margem do rio e observar, no fluxo das suas águas, os pensamentos. Sem meditar, o indivíduo está afogando nas águas turvas do rio da mente. Meditar é tornar-se o observador ou a testemunha desse rio caudaloso”.

Gostei tanto das ideias do autor porque elas me pareceram bastante óbvias, práticas, verdadeiras. Enfim, acessíveis. Sinto-me feliz por ter a oportunidade de ler este livro porque ele me foi útil nesse início de uma nova fase dentro da Transição Planetária e eu espero que seja também útil para os leitores. Nós não podemos seguir em frente em nossas jornadas sem parar para ouvir, observar e identificar o que é a nossa mente e como se processa os nossos pensamentos por meio dela.

É muito gratificante para nós, que trabalhamos com livros, observar por meio dos ensinamentos deste livro de Rossano, que somos almas que pensam, mas que nossos pensamentos não estão livres de nossos próprios julgamentos, falso moralismo e preconceitos. Sim, todos nós somos moralistas e preconceituosos. Mas, felizmente, somos espíritos livres, podemos usar de nosso livre-arbítrio, e podemos tomar as boas decisões da vida se aprendermos a nos libertar dos pensamentos que nos aprisionam à mente.

Sinto que é possível levar à prática do dia-dia as teorias de Rossano de que “perceber os próprios pensamentos é contatar uma realidade profunda, subjacente aos pensamentos rotineiros.”. Também concordo que “ao se conectar com a dimensão mais profunda do ser, os pensamentos passam a perder força e se submetem à regência da consciência”.

Em “Saia do Controle” Rossano Sobrinho nos convida a ir além de nossos pensamentos, a observá-los para que possamos nos libertar daquilo que nos aprisiona a mente. Sugiro aos leitores, assim como eu busquei fazer, é apenas uma dica, que leiam a obra com calma. Saboreie todos os diálogos que permeiam o livro e, muito logo, você estará tendo acesso à sua própria consciência.

Como defende a obra, e eu concordo com isso, você já não estará mais sob o controle da sua mente, das circunstâncias, dos problemas, das dificuldades, das opiniões e das pessoas. Enfim, você não estará mais sob o controle do mundo.

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